Agrodefesa Anuncia Início do Vazio Sanitário da Soja em Goiás
Medida começa no dia 27 de junho e visa combater a ferrugem asiática e garantir a sanidade das lavouras.
Goiânia, GO – A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) alerta que o vazio sanitário da soja começará no próximo dia 27 de junho em Goiás. Durante um período de 90 dias, até 24 de setembro, será proibido plantar ou manter plantas vivas de soja em qualquer fase de desenvolvimento nas lavouras, incluindo as tigueras, que são plantas de soja que germinam no campo após a colheita.
A medida fitossanitária tem como objetivo principal contribuir para a redução dos custos na prevenção e controle da ferrugem asiática, além de evitar a disseminação dessa doença nas plantações de soja do estado. Conforme a Instrução Normativa (IN) nº 02/2021 da Agrodefesa, os produtores poderão iniciar o plantio da safra 2024/2025 a partir do dia 25 de setembro, estendendo-se até 2 de janeiro de 2025.
Além disso, os agricultores devem registrar suas lavouras no Sistema de Defesa Agropecuária (Sidago) até 15 dias após o término da semeadura da soja.
Com uma produção superior a 17,7 milhões de toneladas na safra 2022/2023, Goiás se destaca como o terceiro maior produtor de soja do Brasil, atrás apenas de Mato Grosso e Paraná, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, atribui esse sucesso ao cumprimento rigoroso das medidas fitossanitárias, como o vazio sanitário e os prazos de semeadura.
“O produtor rural goiano compreende a necessidade de seguir o calendário fitossanitário e sempre busca cumprir os prazos. É um grande parceiro da defesa agropecuária. Nosso papel é orientar e reforçar a importância das medidas fitossanitárias para ajudar a reduzir a ferrugem asiática no campo, assegurando a sanidade vegetal e os bons números da agricultura goiana”, enfatiza José Ricardo.
Medida Preventiva Eficaz
Desde 2004, o vazio sanitário da soja é adotado em Goiás como uma medida preventiva. Daniela Rézio, gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, destaca a eficácia comprovada cientificamente da ação. “Orientamos que é uma estratégia adicional ao manejo já realizado pelos produtores no campo. A ausência total de plantas de soja por 90 dias, incluindo as tigueras, contribui significativamente para prevenir e controlar a ferrugem asiática nas lavouras.”
Daniela ressalta ainda a importância do cadastramento das lavouras, que deve ser feito até 15 dias após o fim da semeadura, permitindo à Agrodefesa orientar e monitorar o cumprimento dos calendários. “Isso evita prejuízos e queda na produtividade dos grãos, além de manter Goiás como o maior produtor de sementes de soja do país.”
Adaptação às Condições Climáticas
Na safra 2023/2024, o calendário da soja foi prorrogado em caráter excepcional até 12 de janeiro devido às condições climáticas adversas. A solicitação foi feita pela Agrodefesa e autorizada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). “A irregularidade das chuvas e as altas temperaturas comprometeram o desenvolvimento das lavouras em várias regiões. Conseguimos a prorrogação para atender ao setor produtivo, mas reforçamos que essa alteração não mudará o calendário do vazio sanitário ou da semeadura na safra 2024/2025”, orienta Daniela Rézio.