Advogado denuncia agressão dentro do Fórum de Valparaíso; TJGO abre sindicância e OAB-GO acompanha o caso
Confronto entre servidor do Judiciário e advogado gera investigação administrativa e reação da Ordem dos Advogados, que aponta grave violação das prerrogativas profissionais
O ambiente de trabalho no Fórum de Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, tornou-se palco de um episódio de violência que expôs a tensão entre profissionais do sistema de Justiça. O advogado André Mariani denunciou ter sido agredido fisicamente e verbalmente por um servidor da Unidade de Processamento Judicial (UPJ), vinculado ao Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO).
Segundo o boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil, Mariani relatou que o servidor o teria enforcado e xingado após uma discussão envolvendo o andamento de um processo. O advogado afirma que só não sofreu ferimentos mais graves porque outros funcionários intervieram para conter a agressão. Imagens registradas após o episódio mostram lesões na região do pescoço.
Em nota oficial, o TJGO confirmou que a direção do Foro de Valparaíso determinou a instauração de sindicância para apurar responsabilidades. O órgão informou ainda que o servidor foi afastado da equipe de gestão da unidade e substituído. O servidor, em depoimento, admitiu ter partido para a agressão, justificando que reagiu após ser chamado de “incompetente” pelo advogado. Ele declarou também que está afastado para tratamento psicológico e, por isso, não se pronunciará publicamente.
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) repudiou o episódio e destacou que a agressão representa “grave e repugnante violação das prerrogativas da advocacia”. A subseção de Valparaíso oficiou o Foro local solicitando a abertura de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) e afirmou que acompanhará de perto a apuração dos fatos para garantir a responsabilização do agressor.
De acordo com a denúncia, o episódio teve início quando Mariani foi à UPJ solicitar a conclusão de um processo que, segundo ele, já havia retornado do gabinete do juiz e precisava ser encaminhado formalmente para despacho. O servidor teria se recusado a realizar o procedimento, afirmando que só o magistrado poderia determinar a medida. A divergência resultou em troca de acusações e culminou na agressão.
O caso foi registrado como lesão corporal e segue sob investigação da Polícia Civil.
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