Adolescente é morta a facadas em Caldas Novas diante da irmã de seis anos; suspeito é preso em Goiânia
Beatriz Lorrany Alves Pereira, de 16 anos, foi assassinada dentro de casa durante tentativa de furto. Polícia apreendeu faca com marcas de sangue e reúne provas periciais para consolidar acusação contra suspeito.
A cidade turística de Caldas Novas, no sul de Goiás, foi palco de um crime que expõe, mais uma vez, a vulnerabilidade de famílias diante da escalada da violência urbana. A adolescente Beatriz Lorrany Alves Pereira, de 16 anos, foi morta a facadas na própria residência, na madrugada desta quinta-feira (21), na frente da irmã de apenas seis anos. Outra criança, de quatro anos, também estava no local.
Segundo a Polícia Civil, o crime ocorreu durante uma tentativa de furto. O suspeito, que teria invadido a casa para roubar, já havia separado objetos quando retornou ao imóvel para recolher mais pertences. Foi nesse momento que se deparou com a jovem acordada. De acordo com o delegado Tiago Ferrão, responsável pelo caso, o agressor reagiu de forma brutal, golpeando Beatriz no pescoço com uma faca. A hemorragia foi intensa e resultou em morte imediata.
A arma do crime foi encontrada a cerca de 200 metros da residência, com manchas de sangue. Além disso, a perícia coletou fragmentos de impressões digitais e material genético em objetos da casa, que deverão ser confrontados com os dados do investigado.
Investigações e prisão
A Polícia Militar informou que o suspeito foi localizado horas depois em Goiânia, já em fuga. Ele tentava embarcar em um ônibus com destino a Redenção, no Pará, quando foi abordado e preso em flagrante. O homem deve responder por latrocínio (roubo seguido de morte), além de outros possíveis agravantes que surgirem no decorrer das investigações.
Segundo fontes da investigação, imagens de câmeras de monitoramento de residências e comércios próximos ao local do crime auxiliaram na identificação da rota de fuga e reforçaram os indícios de autoria.
Impacto e contexto
O crime chocou moradores do Setor Boa Vista, bairro onde ocorreu o assassinato. Vizinhos relataram ter ouvido movimentação durante a madrugada, mas não imaginaram a gravidade da situação até a chegada das equipes policiais.
Casos como o de Beatriz reforçam a preocupação com a segurança em cidades de médio porte do interior, onde a expansão urbana e o aumento da criminalidade desafiam a capacidade de resposta do poder público. Especialistas em segurança ouvidos pela reportagem destacam que a vulnerabilidade de residências sem sistemas de proteção expõe ainda mais famílias de baixa e média renda.
A morte de Beatriz, além de deixar duas irmãs pequenas como testemunhas de uma cena traumática, abre uma discussão urgente sobre a necessidade de políticas públicas voltadas para prevenção da violência doméstica e para o fortalecimento da proteção de crianças e adolescentes.
Próximos passos
O delegado Tiago Ferrão afirmou que o inquérito deverá ser concluído com rapidez, dada a gravidade do caso e a robustez das provas já coletadas. A faca apreendida será periciada, e exames de DNA e digitais devem consolidar a materialidade do crime.
Enquanto isso, familiares aguardam a liberação do corpo da adolescente e preparam o sepultamento em clima de consternação. A comunidade local se mobiliza em solidariedade, mas também em cobrança por respostas mais efetivas do Estado frente à violência crescente.
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