Adolescente de 14 anos é Denunciado por Escrever Frase Racista em Escola de Orizona
Estudante será responsabilizado por ato infracional análogo à injúria racial após professora denunciar o caso à polícia
Orizona, GO — Uma professora da cidade de Orizona, na região sul de Goiás, denunciou à polícia um estudante de 14 anos após ele escrever “preto não é gente” em uma folha de papel durante as aulas. Segundo o delegado Kennet de Souza, responsável pela investigação, o adolescente responderá por ato infracional análogo ao delito de injúria racial. As ofensas ocorreram nos meses de abril e maio deste ano e incluíram outras frases depreciativas.
Detalhes do Caso
De acordo com o delegado, a professora encontrou as mensagens racistas escritas pelo aluno e imediatamente acionou as autoridades. “Não podemos tolerar esse tipo de comportamento em nosso sistema educacional. Estamos tratando isso com a seriedade que o caso exige”, afirmou Kennet de Souza.
Reações e Medidas
O episódio gerou indignação na comunidade escolar e entre os pais de alunos. A escola, que não teve o nome divulgado, reforçou a importância de promover um ambiente de respeito e diversidade. “Estamos implementando novas medidas educativas e preventivas para lidar com situações de discriminação e promover uma cultura de inclusão”, declarou a diretora da instituição.
Aumento dos Casos de Racismo em Goiás
Os casos de racismo e injúria racial em Goiás têm mostrado um aumento preocupante. Dados do Anuário de Segurança Pública de 2023 revelam que os incidentes de racismo no estado mais que triplicaram entre 2021 e 2022, passando de 51 para 179 casos. Da mesma forma, os casos de injúria racial subiram cerca de 48%, de 576 para 865 no mesmo período.
Esclarecimentos das Autoridades
O delegado Joaquim Adorno, do Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri), explicou a diferença entre racismo e injúria racial. “Racismo é uma ofensa discriminatória contra um grupo ou coletividade, enquanto injúria racial é a ofensa à dignidade ou ao decoro utilizando palavras depreciativas referentes à raça, cor ou origem”, detalhou Adorno.
A delegada adjunta do Geacri, Carolina Neves, destacou que o aumento nas denúncias está relacionado à maior conscientização da população. “A difusão de conhecimento sobre o tema e o empoderamento das comunidades afetadas são cruciais. Observamos que a população está mais consciente sobre as mazelas históricas e sociais geradas pelo racismo estrutural e, consequentemente, reivindicando seus direitos”, afirmou Neves.
Este caso reforça a necessidade de práticas antirracistas e de uma educação que promova o respeito e a diversidade desde cedo. “É essencial que todos assumam uma postura ativa contra o racismo para efetivamente conscientizar a sociedade”, concluiu Carolina Neves.