21 de novembro de 2024
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Adolescente com Deficiência Intelectual é Brutalmente Torturado Após Ser Falsamente Acusado de Furto em Senador Canedo

Grupo de sete pessoas tentou forçar confissão de furto de bicicleta; jovem foi agredido com capacetes e pedaços de madeira. Um agressor foi preso e dois adolescentes apreendidos.
Imagem mostra adolescente ferido nas costas após tortura; um dos agressores foi preso (Divulgação/Polícia Civil)

Um grave caso de violência chocou a cidade de Senador Canedo, na Região Metropolitana de Goiânia, quando um adolescente de 17 anos, com deficiência intelectual, foi brutalmente torturado por um grupo de sete pessoas, que o acusavam injustamente de furtar uma bicicleta. A tortura foi motivada pela insistência do jovem em negar o crime que não cometeu. De acordo com a Polícia Civil, ele foi agredido com golpes de capacete e pedaços de madeira em um ato de extrema crueldade.

O crime ocorreu na tarde de quinta-feira (10), quando o grupo abordou o adolescente e, sem apresentar provas, começou a agredi-lo. Segundo o delegado responsável pelo caso, a vítima foi encurralada em um local isolado, onde o espancamento se intensificou. Um dos agressores, um homem adulto, foi preso pela polícia em flagrante, enquanto dois adolescentes envolvidos na agressão foram apreendidos e conduzidos à delegacia.

“Vítima foi torturada por longos minutos”

Testemunhas relataram que o adolescente foi submetido à violência durante vários minutos, enquanto os agressores gritavam para que ele confessasse o suposto furto da bicicleta. “Mesmo sem evidências e diante dos apelos da vítima, o grupo manteve as agressões, tentando forçar uma confissão. O rapaz estava completamente indefeso”, afirmou um dos moradores que presenciou parte do ataque, mas preferiu não se identificar.

A Polícia Militar foi acionada por vizinhos que ouviram os gritos de socorro e chegaram ao local para interromper as agressões. O adolescente foi socorrido e encaminhado ao hospital local, onde recebeu atendimento médico. Ele apresentava ferimentos graves, mas está fora de perigo.

Investigação e Prisão dos Envolvidos

A Polícia Civil de Goiás, responsável pela investigação, afirmou que os suspeitos serão autuados por crimes como tortura, lesão corporal e associação criminosa. “Esse caso é de extrema gravidade, não só pela violência empregada, mas também pelo fato de a vítima ser uma pessoa com deficiência intelectual, o que aumenta a vulnerabilidade dela”, destacou o delegado que conduz as investigações.

O homem preso foi identificado como um dos líderes da ação violenta e já possui passagens pela polícia por envolvimento em outros crimes. Os adolescentes apreendidos também serão responsabilizados e deverão cumprir medidas socioeducativas. “Estamos trabalhando para identificar os demais envolvidos e garantir que todos respondam pelos atos cometidos”, complementou o delegado.

Apoio e Mobilização Social

O caso gerou grande comoção na comunidade local, que se mobilizou em busca de justiça para o jovem. Organizações de defesa dos direitos da pessoa com deficiência e grupos de apoio à inclusão social de adolescentes emitiram notas de repúdio e cobraram uma resposta rápida e efetiva das autoridades.

André Naves, especialista em Direitos Humanos e inclusão social, enfatizou a gravidade de casos como esse, que reforçam a necessidade de políticas públicas mais eficazes na proteção de pessoas com deficiência. “A violência contra pessoas com deficiência é uma das formas mais cruéis de discriminação. Isso mostra como ainda há muito a ser feito em termos de conscientização e educação para o respeito às diferenças”, declarou.

A família do adolescente, abalada com o ocorrido, pede justiça e proteção. “Meu filho nunca fez mal a ninguém. Ele tem uma deficiência e sofre preconceito todos os dias. Isso não pode ficar impune”, desabafou a mãe da vítima.

Casos de tortura e violência contra pessoas em situação de vulnerabilidade trazem à tona debates urgentes sobre o papel da sociedade na prevenção desse tipo de crime. Organizações de direitos humanos destacam a importância de fortalecer as redes de apoio e denunciar práticas de violência, para que situações semelhantes não se repitam.

Além disso, a atuação policial no caso foi elogiada pela rapidez em prender um dos agressores, mas as autoridades reconhecem que há desafios no combate à violência cotidiana em regiões periféricas. “Precisamos não só de punições, mas também de ações preventivas e educativas para mudar essa realidade”, afirmou o delegado.


Fontes:

  • Polícia Civil de Goiás

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