21 de novembro de 2024
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A sepse mata aproximadamente 11 milhões de pessoas anualmente em todo o Mundo.

A identificação da doença pode ser feita por meio de um exame físico, observando sinais como mudanças na frequência respiratória e cardíaca, sintomas de falta de ar e a análise de certos testes complementares.
(Foto: Débora Alves)

Nos últimos meses, devido aos casos de sepse em celebridades, muitas incertezas em relação a esta doença têm surgido. Com a celebração do Dia Mundial da Sepse em 13 de setembro, a infectologista do Hospital Estadual de Trindade (Hetrin), Pâmella Rosa, está esclarecendo os sinais e sintomas desta condição.

A sepse é responsável por pelo menos 11 milhões de óbitos em todo o mundo a cada ano, sendo cerca de 240 mil dessas mortes no Brasil. A especialista explica que a sepse é uma reação inflamatória exagerada do corpo em resposta a algum agente infeccioso, que pode ser bactérias, fungos ou vírus. É mais comum ocorrer em casos de pneumonia, infecções abdominais e infecções do trato urinário, e frequentemente é chamada de infecção generalizada. Pâmella enfatiza que uma das formas mais eficazes de prevenção é a detecção precoce de infecções e o controle de doenças crônicas.

O diagnóstico da doença pode ser feito por meio de exame físico, observando sinais como alterações na frequência respiratória e cardíaca, falta de ar e avaliação de alguns exames complementares. A infectologista explica que a fisiopatologia da sepse é complexa, mas resulta de uma resposta imunológica excessiva do corpo aos microrganismos, levando a uma produção exagerada de células inflamatórias.

Embora a sepse tenha uma alta taxa de mortalidade e seja uma prioridade global de saúde, mais de 80% dos brasileiros ainda não estão familiarizados com ela, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Datafolha em 2017, a pedido do Instituto Latino-americano de Sepse (Ilas). Atualmente, a sepse é um problema de saúde prioritário em todo o mundo, com entre 47 e 50 milhões de casos catalogados a cada ano, de acordo com o Ilas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que a sepse é uma das principais causas de mortalidade em escala global, com 11 milhões de mortes por ano, o que representa uma morte a cada 2,8 segundos. O Brasil possui uma das maiores taxas de mortalidade por sepse no mundo, com cerca de 240 mil casos anuais.

Pâmella Rosa enfatiza a importância de buscar atendimento médico imediatamente ao notar qualquer sintoma, como confusão, dificuldade na fala, dor muscular, febre, calafrios, ausência de urina, respiração rápida ou falta de ar. Além disso, existem fatores de risco que podem agravar a doença, como pacientes internados por longos períodos em unidades de terapia intensiva (UTIs), crianças, idosos, indivíduos com doenças que comprometem o sistema imunológico, pacientes oncológicos, pessoas com o vírus HIV, a virulência do patógeno, diagnóstico e tratamento tardios, e a presença de doenças crônicas como diabetes, insuficiência renal e cirrose hepática. É importante ressaltar que 80% dos casos de sepse ocorrem fora do ambiente hospitalar e muitas vezes são agravados devido ao diagnóstico tardio.