Operação “Ciclo Fechado” desmonta esquema sofisticado de golpes no campo e bloqueia R$ 2 milhões em Goiás
Grupo é suspeito de furtar equipamentos de agricultura de precisão e revendê-los às próprias vítimas; ação da Polícia Civil cumpriu prisões e mandados em quatro municípios goianos

Uma operação de grande envergadura da Polícia Civil de Goiás expôs um esquema criminoso altamente estruturado que vinha causando prejuízos milionários a produtores rurais no estado. Batizada de Ciclo Fechado, a ação resultou no cumprimento de mandados de prisão temporária, buscas e apreensões, além do bloqueio de até R$ 2 milhões em bens, em investigações que alcançaram os municípios de Goiânia, Goianira, Rio Verde e Itumbiara.
As apurações apontam para a atuação de uma associação criminosa especializada no furto de equipamentos de agricultura de precisão, como monitores e antenas de GPS utilizados no manejo agrícola. O diferencial do esquema estava na estratégia empregada após os crimes: os próprios autores, por meio de empresas de fachada e identidades falsas, ofereciam os equipamentos furtados para venda às mesmas vítimas, alegando tratar-se de produtos novos ou de origem lícita.
O método criminoso começou a ser desvendado a partir de registros de furtos em uma fazenda localizada no município de Buriti Alegre, onde equipamentos de alto valor foram subtraídos. A investigação comprovou que, após o crime inicial, os suspeitos retomavam contato com o produtor rural, apresentando propostas de reposição dos aparelhos. Os itens comercializados, no entanto, eram exatamente os mesmos que haviam sido furtados anteriormente.
A Polícia Civil também identificou que, durante as entregas dos equipamentos, os investigados se aproveitavam do acesso às propriedades para mapear a rotina, os sistemas de segurança e os pontos vulneráveis das fazendas. Em um ciclo reiterado de crimes, dias depois, o grupo retornava aos locais e realizava novos furtos, inclusive dos aparelhos recém-vendidos, ampliando de forma significativa os prejuízos financeiros das vítimas.
Além do esquema de furto e revenda, os investigados também são suspeitos de envolvimento em emboscadas contra produtores rurais, sob o pretexto de devolução de bens mediante pagamento de valores exigidos como “resgate”. Nessas situações, segundo a Polícia Civil, os delitos evoluíam para roubos com emprego de arma de fogo, elevando o grau de violência e risco às vítimas.
De acordo com estimativas da corporação, apenas um dos produtores monitorados no inquérito acumulou prejuízos superiores a R$ 1,9 milhão. Os presos foram encaminhados às unidades policiais responsáveis, e todo o material apreendido passará por análise técnica, com o objetivo de aprofundar as investigações e identificar outros possíveis envolvidos e vítimas do esquema.
A Polícia Civil reforça que as apurações continuam e destaca a importância do registro imediato de ocorrências e da cautela na aquisição de equipamentos agrícolas fora dos canais oficiais.
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