Governo de Goiás amplia acesso a medicamentos de alto custo com digitalização e descentralização do Cemac Juarez Barbosa

Transformação tecnológica, alertas automáticos e rede regionalizada aceleram processos, reduzem deslocamentos e fortalecem a assistência farmacêutica especializada do SUS no estado

Referência nacional em assistência farmacêutica especializada, o Centro Estadual de Medicação de Alto Custo Juarez Barbosa (Cemac JB) consolida, em 2025, um novo patamar de eficiência na entrega de medicamentos de alto custo à população goiana. A unidade do Governo de Goiás passou por um processo estruturado de modernização que combina transformação digital, comunicação ativa com o usuário e descentralização do atendimento, ampliando o acesso e qualificando o cuidado prestado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O eixo central dessa mudança é a digitalização integral do fluxo de solicitação de medicamentos do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (Ceaf). Por meio do Portal Expresso, todo o trâmite — da abertura à renovação dos processos — passou a ser realizado de forma on-line. A medida eliminou etapas presenciais, reduziu prazos, aumentou a segurança documental e permitiu que os pacientes acompanhem, em tempo real, o andamento de suas demandas.

Os resultados confirmam a consolidação do modelo. Em 2024, o Cemac registrou 49.013 solicitações de novos processos e 165.231 renovações. Em 2025, até 31 de outubro, os números já alcançavam 50.995 aberturas e 182.248 renovações, crescimentos de 4% e 9%, respectivamente. No acumulado de dois anos, mais de 440 mil processos foram realizados de forma digital, evidenciando a adesão dos usuários e a robustez da plataforma.

Além da digitalização, o Cemac JB incorporou alertas automáticos via WhatsApp, que informam os pacientes sobre qualquer atualização em seus processos. A ferramenta reforça a transparência, reduz a ansiedade do usuário e fortalece a percepção de cuidado contínuo por parte do serviço público.

A experiência da autônoma Maria Aparecida de Oliveira Ferreira, de 54 anos, ilustra o impacto prático da inovação. Em tratamento para polimiosite, ela recebe imunoglobulina por meio do Centro de Atenção ao Diabetes do Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG). “Após a prescrição médica, todo o processo de renovação foi feito on-line. Antes, eu precisava agendar atendimento presencial a cada seis meses. Em menos de dez dias, já recebi a notificação pelo aplicativo”, relata.

Outra frente estratégica foi a descentralização do fornecimento de medicamentos, que ampliou o alcance do serviço para além da capital. O modelo em rede envolve o Cemac Pireneus, seis policlínicas, cinco Regionais de Saúde e 56 municípios cadastrados. Com isso, moradores de todas as regiões do estado passaram a retirar seus medicamentos mais perto de casa.

O impacto é expressivo: cerca de 58 mil usuários do interior — o equivalente a 44% dos 132,4 mil pacientes cadastrados no estado — são beneficiados diretamente pela descentralização. “A estratégia reduz filas, diminui a necessidade de deslocamento até Goiânia e garante maior equidade no acesso à assistência farmacêutica”, destaca a diretora-geral do Cemac, Viviane Troncha.

Para Whittier Vieira de Souza, de 53 anos, moradora de Quirinópolis, a mudança representou um divisor de águas. Ela utiliza o medicamento Miglustate (Zavesca) 100 mg no tratamento da doença de Niemann-Pick tipos A e B, condição rara que provoca calcificação de órgãos internos. Cada caixa, com 90 comprimidos, custa mais de R$ 30 mil. “Sem esse remédio, meu tempo de vida seria muito curto. Hoje, consigo buscá-lo na policlínica da minha cidade. Para mim, isso foi vida”, afirma.

Somente em 2025, os medicamentos de alto custo dispensados pelo Cemac JB representaram um investimento de R$ 411,7 milhões, sendo R$ 352 milhões assegurados pelo Tesouro Estadual. Os números refletem não apenas o volume de atendimentos, mas o compromisso do Estado com políticas públicas sustentadas por tecnologia, gestão eficiente e foco no cidadão.

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