Agressão em condomínio de Goiânia é investigada pela Polícia Civil após médico relatar trauma dos filhos

Imagens de segurança registraram confronto entre médico e advogado em área comum; versões são divergentes e investigação apura lesão corporal, contexto do conflito e eventual presença de arma

A Polícia Civil de Goiás investiga um episódio de agressão ocorrido em um condomínio residencial de Goiânia, após um médico relatar ter sido atacado por um advogado diante dos próprios filhos. O caso ganhou repercussão após a divulgação de imagens de câmeras de segurança que registraram o confronto em área comum do prédio, próximo à piscina, onde crianças estavam presentes.

Em depoimento, o médico afirmou que foi surpreendido por uma abordagem agressiva e que, ao perceber a escalada da discussão, tentou apenas proteger os filhos e afastá-los do local. Segundo ele, as crianças ficaram profundamente abaladas após presenciarem a cena e passaram a demonstrar medo de frequentar as áreas de lazer do condomínio. O relato consta no boletim de ocorrência registrado junto à Polícia Civil.

As imagens analisadas mostram uma discussão verbal seguida de agressões físicas, enquanto outras crianças permaneciam nas proximidades. O registro policial aponta que o conflito teve origem em um desentendimento anterior entre crianças que brincavam na quadra do condomínio, episódio que teria motivado uma tentativa de conversa entre os pais envolvidos. Horas depois, já na área da piscina, os dois adultos voltaram a se encontrar, momento em que a discussão se intensificou.

O caso foi formalizado como lesão corporal e tramita na 8ª Delegacia de Polícia. A corporação informou que o exame de corpo de delito foi solicitado e que o laudo pericial está em elaboração. O médico foi orientado a apresentar representação criminal para que a apuração avance, incluindo a oitiva de moradores e testemunhas. A investigação também busca esclarecer todas as circunstâncias do episódio, inclusive a informação, ainda não confirmada, sobre eventual porte de arma no local.

O advogado, citado na ocorrência, apresentou versão distinta dos fatos. Ele sustenta que não iniciou a agressão e afirma que a discussão começou após o médico, segundo ele, ter dirigido ofensas e intimidações ao seu filho de 8 anos. Ele alega que as imagens da quadra indicariam apenas um desentendimento comum entre crianças e que sua reação teria ocorrido após novas provocações verbais, negando ter partido para a agressão sem motivo.

A defesa do advogado também declarou que a divulgação do vídeo teria sido motivada por interesses alheios ao caso, mencionando exposição indevida em razão de vínculos familiares. A Polícia Civil, no entanto, reforça que a apuração seguirá critérios técnicos, com base em provas materiais, depoimentos e laudos, sem considerar fatores externos ao mérito da investigação.

Enquanto o inquérito prossegue, o episódio reacende o debate sobre conflitos em ambientes coletivos, a exposição de crianças a situações de violência e a responsabilidade dos adultos na mediação de desentendimentos, especialmente em espaços residenciais compartilhados.

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