Prefeitura de Goiânia oficializa novo aumento de impostos e pressiona contribuintes em 2026
Reajuste do IPTU e do ITBI acima de 4% é publicado sem contrapartidas claras em serviços públicos, reacendendo críticas à política fiscal do Paço

A Prefeitura de Goiânia confirmou que o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e o ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis) terão reajuste de 4,46% a partir de janeiro de 2026. A correção foi formalizada por portaria assinada pelo secretário municipal da Fazenda, Valdivino José de Oliveira, e publicada com base na inflação acumulada medida pelo IPCA, índice oficial calculado pelo IBGE.
Embora o Executivo municipal sustente que o aumento representa apenas uma atualização monetária, o novo reajuste amplia o peso da carga tributária sobre moradores e investidores imobiliários da capital, em um contexto de sucessivos aumentos de taxas, tarifas e impostos municipais registrados nos últimos anos. A medida tem sido alvo de críticas por não vir acompanhada de compromissos objetivos de melhoria nos serviços públicos, especialmente em áreas sensíveis como limpeza urbana, mobilidade, manutenção viária e atendimento básico à população.
De acordo com a Secretaria da Fazenda, o índice aplicado reflete a variação inflacionária entre dezembro de 2024 e novembro de 2025. Na prática, porém, o reajuste impacta diretamente o orçamento das famílias e do setor produtivo, sobretudo em um cenário de renda pressionada e aumento do custo de vida, no qual a inflação oficial não traduz integralmente a percepção cotidiana do contribuinte.
O calendário de pagamento do IPTU e do ITU em 2026 mantém o modelo tradicional. A cota única ou a primeira parcela vence em 20 de fevereiro. O contribuinte poderá parcelar o imposto em até 11 vezes, desde que cada parcela não seja inferior a R$ 48,01. As demais datas se estendem até dezembro, alongando o impacto financeiro ao longo de praticamente todo o ano.
Especialistas em finanças públicas e representantes de entidades civis apontam que a política de reajustes automáticos, ancorada exclusivamente na inflação, ignora o debate sobre eficiência do gasto público e qualidade da gestão fiscal. Também há críticas à ausência de transparência mais detalhada sobre como os recursos arrecadados serão efetivamente aplicados e quais melhorias concretas a população pode esperar em troca do aumento da arrecadação.
Nos bastidores políticos, o novo reajuste reforça o desgaste da administração municipal junto a setores da sociedade que cobram contenção de despesas, revisão de contratos, redução de ineficiências administrativas e maior equilíbrio entre arrecadação e entrega de serviços. Para esses grupos, a estratégia do Paço tem sido a de transferir o ônus do ajuste fiscal ao contribuinte, sem enfrentar de forma estrutural os problemas históricos da máquina pública.
Com o reajuste confirmado, Goiânia inicia 2026 com mais um capítulo de tensão entre a Prefeitura e os cidadãos, em um debate que vai além do índice aplicado e expõe questionamentos mais amplos sobre prioridades, gestão e responsabilidade fiscal no município.
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