Brasil inaugura produção nacional de veículos elétricos da GM e Lula destaca nova fase da indústria automotiva
Cerimônia no Polo Automotivo do Ceará marca início da fabricação do Chevrolet Spark EUV no país; governo reforça aposta na mobilidade elétrica, na reindustrialização e na recuperação dos indicadores econômicos.

A produção nacional de veículos elétricos da General Motors ganhou oficialmente início nesta quarta-feira, em cerimônia realizada no Polo Automotivo do Ceará, em Horizonte. O evento marcou a fabricação do primeiro modelo 100% elétrico da montadora no país, o Chevrolet Spark EUV, utilitário esportivo lançado neste ano e agora incorporado à linha de montagem brasileira.
A participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu peso político ao anúncio, interpretado pelo governo e pela indústria como um sinal de retomada da capacidade produtiva do setor automotivo. Para Lula, a escolha da GM em ampliar suas operações no país é um indicador de confiança e um passo estratégico na transição para tecnologias de baixa emissão.
Durante o discurso, Lula destacou o potencial de mercado e os avanços energéticos do Brasil, ressaltando que o país já opera com um dos maiores índices de energia renovável do mundo. Para o presidente, a ampliação da mobilidade elétrica deve ser acompanhada pela expansão do consumo interno: “O Brasil tem mercado e tem energia limpa. Precisamos garantir que o brasileiro tenha acesso ao que produzimos, com qualidade e inovação”, afirmou.
As declarações foram alinhadas ao discurso econômico do governo, que enfatiza a redução da inflação, o aumento da renda e um ciclo de investimentos privados impulsionado por políticas de incentivo industrial.
Indústria automotiva em reestruturação
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, reforçou que a chegada da nova linha de elétricos consolida a estratégia de revitalização da cadeia automotiva. Ele citou medidas de estímulo às vendas, o programa Nova Indústria Brasil (NIB) e a reativação de unidades produtivas que haviam perdido competitividade durante a última década.
Segundo Alckmin, o movimento da GM representa um marco simbólico e técnico: “A eletrificação avança onde há ambiente industrial sólido. O Brasil volta a ocupar esse espaço.”
Em paralelo ao início da produção do Spark EUV, a montadora confirmou que o Chevrolet Captiva EV será nacionalizado a partir de 2026, dentro do ciclo de investimentos que acompanha os 100 anos de atuação da GM no país.
Para o presidente da GM América do Sul, Santiago Chamorro, o Brasil reúne fatores essenciais para a expansão da eletromobilidade: escala, capacidade técnica e maturidade industrial. Ele ressaltou que a fabricação de modelos elétricos exige planejamento de longo prazo e integração com políticas públicas que assegurem competitividade.
Política de mobilidade elétrica ganha novo impulso
O lançamento ocorreu em um cenário de fortalecimento de políticas voltadas para a descarbonização da frota nacional. Entre elas, o programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), apresentado pelo governo federal neste ano. A iniciativa prevê R$ 19,5 bilhões voltados à eficiência energética, ao uso de materiais recicláveis na fabricação de veículos, à modernização tecnológica e à redução de impostos para modelos menos poluentes, com a criação do chamado IPI Verde.
O Mover complementa um ciclo mais abrangente de estímulo industrial, que inclui linhas de financiamento, incentivos à inovação e o redesenho das exigências produtivas para fabricantes instaladas no país.
Somado ao esforço público, o setor automotivo acumula R$ 130 bilhões em investimentos anunciados somente em 2024, de acordo com dados consolidados pelo Ministério do Desenvolvimento. O montante reflete a expansão de projetos ligados à eletrificação, renovação de plantas fabris e fortalecimento da cadeia de fornecedores.
Um marco para a indústria brasileira
A produção do Chevrolet Spark EUV no Ceará simboliza mais que a chegada de um novo modelo ao mercado: representa o alinhamento entre política industrial, demanda tecnológica global e capacidade de inovação da indústria nacional. A GM torna-se uma das principais fabricantes a apostar na montagem de elétricos no Brasil, num cenário em que governo e setor privado convergem em torno de metas de competitividade, atualização tecnológica e redução de emissões.
O impacto esperado é gradual, mas consistente: ampliação da oferta de modelos elétricos, geração de empregos especializados, fortalecimento da cadeia produtiva local e maior inserção do país na rota global da mobilidade sustentável.
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