Idosa norte-americana que havia denunciado estupro em Goiânia morre após internação; Polícia investiga homicídio
Vítima de 71 anos apresentou ferimentos graves em hotel no Centro, foi atendida no Cais Vila Nova e transferida para hospitais de referência — morte ocorre após três paradas cardiorrespiratórias; caso está sob sigilo da delegacia especializada.

Uma mulher de 71 anos, natural da Califórnia (EUA), que chegou a Goiânia para tratamento médico, morreu nesta quarta-feira (26) após graves lesões decorrentes de violência sexual e agressão física. O caso — que inicialmente mobilizou equipes de saúde, guarda municipal e polícia — resultou em inquérito aberto pela Polícia Civil de Goiás (PCGO), por meio da delegacia especializada em atendimento à mulher (Deaem).
Segundo nota oficial da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS), a paciente deu entrada no Cais Vila Nova no sábado (15), enviada por equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), após ser encontrada em estado de debilidade e desorientação no interior de um hotel no Centro da capital. A entrada no Cais confirmou sinais evidentes de abuso sexual e agressões pelo corpo.
Atendimento, transferências e agravamento do quadro
Durante a primeira avaliação, médicos constataram múltiplas lesões e indeferiram autorização de alta. A idosa foi encaminhada ao Hospital Estadual da Mulher Dr. Jurandir do Nascimento (Hemu) para exames complementares — com acompanhamento da área de atendimento a vítimas de violência sexual — e posteriormente transferida para o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) devido à gravidade do quadro.
Na segunda-feira (24), ela retornou ao Cais Vila Nova, queixando-se de dores intensas no abdômen e em uma das pernas, poucas horas antes de seu embarque de volta aos Estados Unidos — programado para aquela noite. Foi internada novamente, mas não resistiu: segundo a SMS, teve três paradas cardiorrespiratórias consecutivas, falecendo na manhã desta quarta-feira.
Apuração policial e responsabilidades
O caso foi registrado na Deaem, sob sigilo, e a perícia da Polícia Científica de Goiás já recolheu o corpo no IML de Goiânia para necropsia, que deve apontar a causa exata da morte e confirmar as circunstâncias das lesões. As autoridades buscam imagens, testemunhas e perfis para identificar suspeitos do crime.
Fontes ligadas à investigação informam que o hotel onde a mulher estava hospedada registrou boletim de ocorrência pelo crime de estupro e lesão corporal, com base no relato de funcionários de recepção e no documento médico produzido no atendimento inicial.
Impacto simbólico e contexto nacional da violência contra idosos
O caso reacende o debate sobre vulnerabilidade de idosos a violência sexual — grupo cuja visibilidade costuma ser menor, mas que sofre com subnotificação e falhas sistemáticas de proteção. Segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), a violência contra mulheres idosas permanece alarmante nas Américas: uma em cada três mulheres com 65 anos ou mais relata já ter sofrido algum tipo de violência física ou sexual ao longo da vida.
Especialistas enfatizam que o tema requer atenção imediata do poder público e da sociedade civil, com ampliação de políticas de proteção, atendimento humanizado, redes de denúncia eficazes e protocolos de acolhimento adequados, especialmente em situações de vulnerabilidade intensificada, como no caso de turistas estrangeiros ou idosos que vêm a tratamento médico.
A morte da idosa norte-americana é um alerta grave sobre os riscos concretos da desproteção a pessoas vulneráveis, e demonstra a importância de atuação integrada entre saúde, segurança e justiça para garantir proteção, prevenir novos casos e dar voz às vítimas.
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