Câmara de Goiânia instala CEI dos Fios Soltos para investigar riscos e irregularidades em cabos aéreos da capital
Comissão pretende apurar responsabilidade de empresas, identificar instalações irregulares, mapear riscos à segurança pública e sugerir medidas estruturais para reorganizar a ocupação dos postes em Goiânia.

A Câmara Municipal de Goiânia instalou oficialmente, nesta terça-feira (25), a Comissão Especial de Inquérito (CEI) dos Fios Soltos, criada para investigar a desordem e os riscos associados ao acúmulo de cabos abandonados, irregulares ou sem manutenção em postes da capital. A primeira reunião definiu a estrutura interna do colegiado, que terá papel central na apuração de responsabilidades e na elaboração de propostas para corrigir um problema que há anos ameaça a segurança de pedestres, motociclistas e moradores.
A composição da CEI ficou estabelecida da seguinte forma:
- Presidente: Coronel Urzêda (PL)
- Vice-presidente: Daniela da Gilka (PRTB)
- Relator: Geverson Abel (Republicanos)
- Membros: Lucas Vergílio (MDB), Markim Goyá (PRD), Sargento Novandir (MDB), Sebastião Peixoto (PSDB)
- Suplentes: Heyler Leão (PP) e Leo José (Solidariedade)
Proposta pelo vereador Coronel Urzêda, a comissão nasce após uma série de denúncias e acidentes envolvendo cabos soltos ou abandonados. Segundo ele, a negligência de empresas que utilizam a rede de postes sem controle adequado já provocou ferimentos graves e mortes. “Estamos falando de risco real e iminente. Motociclistas já tiveram membros arrancados por fios caídos. Uma jovem morreu eletrocutada em setembro. Isso não é exceção: é consequência direta da falta de fiscalização e responsabilidade”, afirmou.
O relator, Geverson Abel, destacou outro ponto que será investigado: a instalação clandestina de cabos durante a madrugada, prática recorrente segundo denúncias recebidas por vereadores e órgãos de fiscalização. “Há empresas atuando fora de qualquer padrão técnico ou autorização. Elas sobrecarregam a estrutura dos postes, criam riscos e prejudicam quem trabalha dentro da legalidade. A CEI terá o compromisso de identificar essas irregularidades e encaminhar as responsabilidades.”
A comissão também deverá analisar a atuação de concessionárias, empresas de internet, TV por assinatura e telefonia, além de discutir a necessidade de regulamentação mais rígida sobre o compartilhamento dos postes, um tema que há anos desafia capitais brasileiras. O problema inclui cabos de operadoras extintas, fios abandonados após troca de tecnologia, instalações improvisadas e excesso de derivações que aumentam a probabilidade de quedas, curtos-circuitos e acidentes.
Ficou definido que a CEI se reunirá sempre às quartas-feiras, às 14h, exceto na próxima sessão, marcada para 3 de dezembro, que ocorrerá logo após o encerramento do plenário. As empresas envolvidas serão notificadas a apresentar documentação técnica, licenças, registros de manutenção e relatórios de responsabilidade sobre a ocupação dos postes na cidade.
A expectativa é que, além do diagnóstico detalhado, a comissão produza recomendações legislativas, técnicas e operacionais para reorganizar o sistema, eliminar riscos e criar novos mecanismos de fiscalização — atendendo a uma demanda crescente da população por segurança e transparência na gestão da infraestrutura urbana.
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