Governo projeta duplicar a GO-164 no Vale do Araguaia e estreitar ligação com Mato Grosso
Com contrato já firmado, o Estado planeja emitir ordem de serviço em 2026; as obras prometem desbloquear logística agrícola e integrar regiões vizinhas por meio da estrada Cocalinho-ponte.

O vice-governador Daniel Vilela (MDB) oficializou em Mozarlândia o plano do governo estadual de duplicar a GO-164, no trecho entre a cidade de Goiás e São Miguel do Araguaia, com ordem de serviço prevista para 2026. A obra, cuja contratação já foi realizada, integra um conjunto de intervenções que almejam modernizar a infraestrutura logística do Vale do Araguaia e estimular o escoamento agrícola regional.
Simultaneamente, Vilela comentou a proposta de ligar via pavimentada o município de Cocalinho (MT) até a ponte homônima entre os estados. Esse cruzamento viabilizaria uma nova rota interestadual com benefícios econômicos diretos para produtores goianos.
Potencial agrícola que exige infraestrutura
A região do Vale do Araguaia, composta por 11 municípios, congrega forte presença no agronegócio: responde por cerca de 10% da safra de soja e 15% da produção de milho do Estado, segundo estimativas da Aprosoja-GO.
A expectativa conjuntural é que a área cultivável cresça até 50%, convertendo pastagens degradadas em lavouras — movimento que exige uma logística eficiente para se sustentar.
Obras, desafios e saúde integrados
Já concluídas ou em execução, há mobilizações estatais para pavimentação das GOs 336, 156 e 454, além da construção de pontes em estradas como a GO-334 e sobre o Rio do Peixe, em Araguapaz. Também avançam intervenções nas GOs 164 e 244, e restaurações no corredor entre São Miguel do Araguaia e a divisa com Tocantins.
No campo da saúde, a Policlínica Estadual de Mozarlândia ganha protagonismo. A obra, orçada em mais de R$ 20 milhões, está sendo executada pela Goinfra e será entregue no primeiro semestre de 2026, com estrutura para atender diversos municípios da região.
Desafios a enfrentar
A duplicação da GO-164 se depara com obstáculos geográficos, ambientais e de orçamento que exigem articulação multidimensional. A conexão entre Cocalinho e a ponte homônima coloca demandas sobre desapropriações, licenciamento ambiental e integração com rodovias do Mato Grosso.
Além disso, para cumprir prazos ambiciosos, será necessário que o Estado alinhe rigorosamente projeto executivo, financiamento e cronograma físico; atrasos ou inconsistências podem comprometer o impacto pretendido.
Impactos esperados
Se bem executadas, as obras terão implicações claras:
- Redução de custos logísticos para produtores de soja e milho, tornando as safras mais competitivas
- Aumento da atratividade regional para novos investimentos agrícolas
- Integração territorial elevada com o Maranhão e Mato Grosso via rotas alternativas
- Desafogamento no fluxo de rodovias saturadas, como a BR-153, por meio de rotas alternativas
O anúncio reflete uma estratégia crescente do governo para consolidar o Vale do Araguaia como frente agrícola de destaque em Goiás, usando obras e políticas públicas de infraestrutura como alavanca para desenvolvimento sustentável.
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