Deputado Paulo Cezar Martins anuncia saída do PL e critica liderança de Wilder Morais e Gustavo Gayer em Goiás
Parlamentar afirma que foi excluído das decisões internas e acusa a direção do partido de falta de diálogo e indefinição política.

O deputado estadual Paulo Cezar Martins confirmou nesta terça-feira (7) sua saída do Partido Liberal (PL), após semanas de tensão com a direção estadual da sigla. O parlamentar alegou falta de espaço, ausência de diálogo e exclusão de decisões políticas, criticando diretamente o senador Wilder Morais, presidente estadual do partido, e o deputado federal Gustavo Gayer, líder da legenda em Goiânia.
Segundo Martins, a decisão foi motivada por um “critério interno” estabelecido pelo PL em Goiás, que limitaria a formação da chapa de 2026 a pré-candidatos sem mandato ou que tenham recebido menos de 30 mil votos na última eleição. O parlamentar afirmou ter sido informado de que não seria aceito na composição da chapa, o que teria selado sua saída.
“O partido nunca me chamou para nenhuma reunião, e sempre vi seus líderes indo conversar com o governador sem consultar ninguém. Agora, vieram falar de critérios para candidatura. Entendi que estavam me convidando a sair”, afirmou Paulo Cezar.
Críticas à condução de Wilder e Gayer
O deputado, que está em seu sexto mandato na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), teceu duras críticas à postura da direção estadual. Para ele, o PL goiano carece de estratégia e não demonstra clareza quanto ao futuro político no Estado.
“Fui um dos maiores entusiastas da candidatura do Wilder. Ele tem estrutura, tem partido, mas não demonstra disposição para percorrer o Estado ou construir um projeto real de governo. Parece querer apenas apoio automático, sem proposta e sem compromisso”, criticou.
Paulo Cezar também questionou as conversas mantidas por Wilder e Gayer com o governador Ronaldo Caiado (União Brasil), apontando que a legenda se afastou da linha de oposição que dizia representar.
“As lideranças do PL vivem no Palácio, em diálogo com Caiado, enquanto nós, parlamentares, sequer somos informados das decisões. É um partido que se distanciou das bases e perdeu rumo político”, declarou.
Aproximação com Daniel Vilela e possível retorno ao MDB
Antes mesmo do rompimento formal, Martins já havia se aproximado do vice-governador Daniel Vilela (MDB), com quem manteve reuniões recentes em Goiânia. Um dos encontros ocorreu na residência do deputado, localizada em um condomínio às margens da GO-020, imóvel que anteriormente pertenceu ao próprio Daniel.
Nesta terça-feira, os dois voltaram a se reunir, desta vez no Palácio Pedro Ludovico Teixeira, sede do governo estadual. Segundo o parlamentar, o diálogo não tem relação direta com filiação, mas indica reaproximação política.
“O Daniel me procurou. Tivemos uma boa conversa, sem pressa. Já fomos colegas de partido e podemos amadurecer ideias em comum. Não tenho nada contra ele”, disse.
Paulo Cezar admitiu avaliar retornar ao MDB, legenda pela qual exerceu cinco de seus seis mandatos na Alego, mas também considera ingressar no PSD, pela afinidade com o senador Vanderlan Cardoso e pela menor concorrência na composição de chapa.
Relação com o governo Caiado e postura de oposição
Embora tenha se aproximado do vice-governador, o deputado negou mudança de posição em relação ao governador Ronaldo Caiado, a quem continua fazendo oposição.
“Nunca votei no Caiado e não pretendo votar. Mas uma coisa é fazer oposição ao governo; outra é reconhecer o que está sendo feito. Minhas críticas sempre foram institucionais, nunca pessoais”, afirmou.
Repercussão interna no PL
A saída de Paulo Cezar amplia o clima de fragmentação interna no PL goiano. O deputado Major Araújo afirmou desconhecer o suposto critério que excluiria colegas da chapa e preferiu não comentar a decisão de Martins. Já o deputado Delegado Eduardo Prado, também integrante da bancada liberal, não compareceu à sessão plenária e não respondeu aos questionamentos da imprensa.
Fontes próximas ao diretório estadual informaram que a tendência é de que o PL mantenha apenas Major Araújo como candidato à reeleição, enquanto Prado deve avaliar uma aproximação com o Palácio das Esmeraldas.
A direção do partido em Goiás não se manifestou oficialmente até o fechamento desta reportagem.
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