Operação “Agrofraude” mira quadrilha que teria lesado produtores goianos com golpe de intermediação na venda de grãos
Polícia Civil cumpre mandados em nove estados e no DF para desarticular esquema que movimentou mais de R$ 120 milhões nos últimos cinco anos; em Rio Verde, prejuízos estimados em R$ 1 milhão a dez vítimas

A Polícia Civil de Goiás, por meio do Grupo Especial de Investigações Criminais (GEIC) de Rio Verde, deflagrou nesta terça-feira (7) a Operação Agrofraude, que investiga um esquema de estelionato voltado ao agronegócio. Segundo as investigações, o golpe — baseando-se na figura do “falso intermediário” nas negociações de grãos de milho — movimentou mais de R$ 120 milhões nos últimos cinco anos. Só na região de Rio Verde, há registro de pelo menos dez vítimas, com prejuízo estimado em R$ 1 milhão.
A operação ocorre simultaneamente em oito estados e no Distrito Federal. Os mandados judiciais abrangem prisões, buscas e apreensões, bloqueio de contas e sequestro de bens. As localidades envolvidas incluem: Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Amazonas, Acre e Piauí.
Estrutura e modus operandi do esquema
O golpe operava com operadores que se passavam por compradores junto a corretores de grãos. Após solicitar fotos, vídeos, localizações da fazenda e características do produto, os golpistas invertiam os papéis, assumindo a aparência de vendedores e estabelecendo contato com outros corretores. As vítimas, acreditando tratar-se de transações legítimas, efetuavam transferências bancárias.
De acordo com a Polícia Civil, o grupo também utilizava empresas de fachada e contas de “laranjas” para movimentações financeiras e ocultação dos valores obtidos.
Em Mato Grosso, a ação envolveu 36 mandados judiciais, com 17 prisões e 19 buscas e apreensões. As ordens foram expedidas pela 2ª Vara das Garantias de Goiânia.
Impacto local e vítimas identificadas
Na região de Rio Verde, maior polo agrícola de Goiás, as vítimas relatam perdas que variam de alguns milhares até centenas de milhares de reais. O prejuízo consolidado entre elas soma cerca de R$ 1 milhão. A Polícia aponta que esse segmento do golpe é apenas parte da base operada no estado
O delegado Matheus Dutra, responsável pelo GEIC de Rio Verde, disse que o objetivo é desmembrar a rede criminosa em todo o território nacional e recuperar ativos para restituição às vítimas.
Próximos passos e desafios
A Operação Agrofraude pretende identificar e responsabilizar todos os elos da organização — desde operacionais até coordenadores nacionais. Também visa esclarecer os mecanismos de lavagem de dinheiro e recuperação de valores absorvidos por empresas de fachada.
Restam pendentes:
- individualização dos envolvidos e prova documental;
- rastreamento financeiro e bloqueio de bens;
- articulação com delegacias especializadas nos estados envolvidos;
- eventual cooperação interestadual para cumprimento dos mandados em regiões mais distantes.
A mobilização policial nesta escala sinaliza força no enfrentamento a crimes econômicos que gravitam em torno de cadeias produtivas sensíveis, como o agronegócio. A expectativa é de que novos desdobramentos tratem questões de amplitude e alcance do golpe para além de Goiás.
Tags: #OperaçãoAgrofraude #PCGO #GolpeNoAgro #Estelionato #Agronegócio #GolpeVirtual #Goiás

