5 de dezembro de 2025
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Fundahc é acionada na Justiça por dívida de R$ 11,5 milhões e risco de penhora em Goiânia

Fundação, responsável pela gestão de maternidades municipais até agosto, alega falta de repasses da Prefeitura. Decisão judicial autoriza penhora de imóvel no Setor Leste Universitário.
Decisão judicial autoriza penhora de imóvel da Fundahc localizado na 5ª Avenida, no Setor Leste Universitário (Wildes Barbosa / O Popular)

A crise financeira que envolve a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), até recentemente gestora das três maternidades municipais de Goiânia, ganhou novo capítulo na Justiça. A instituição foi acionada pela Rocha Macedo Serviços Médicos Ltda., que cobra uma dívida de R$ 11,5 milhões por serviços de ginecologia, obstetrícia e ultrassonografia.

Na última terça-feira (2), a Justiça autorizou a penhora de um imóvel da fundação, localizado na 5ª Avenida, no Setor Leste Universitário, para pagamento parcial do débito. A decisão ainda pode ser contestada, e a Fundahc tem prazo até 18 de setembro de 2025 para apresentar embargos à execução.


Histórico da dívida

Segundo a ação, a Fundahc está inadimplente desde 2022, realizando pagamentos com atraso, parcialmente ou, em alguns casos, não efetuando repasses. A empresa afirma ter esgotado as tentativas de acordo extrajudicial.

Esse não é um caso isolado. A fundação também acumula dívidas milionárias com a Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas de Goiás (Coopanest-GO), que chegou a suspender atendimentos nas maternidades Célia Câmara e Nascer Cidadão por falta de pagamento.


Fundahc responsabiliza Prefeitura

A direção da Fundahc alega que a inadimplência resulta da falta de repasses da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Segundo a instituição, o débito da Prefeitura chega a R$ 172,1 milhões, incluindo cerca de R$ 50,4 milhões do fundo rescisório. A fundação admite que parte desses recursos foi usada para cobrir outras despesas, em razão da insuficiência de repasses.

A Fundahc defende que os valores em aberto comprometem não apenas o pagamento a prestadores, mas também a continuidade de programas estratégicos, como o Centro de Referência em Oftalmologia (Cerof), da UFG, e o Programa de Rastreamento do Câncer de Mama da Faculdade de Medicina da universidade.


Posicionamento da Prefeitura

A SMS, por sua vez, afirma que a responsabilidade pelas rescisões trabalhistas é da própria Fundahc e anunciou a contratação de uma auditoria externa independente para apurar os valores da dívida. Além disso, iniciou tratativas com sindicatos e o Ministério Público do Trabalho (MPT) para negociar o pagamento das verbas rescisórias dos trabalhadores desligados.

A proposta da Prefeitura prevê quitação parcelada: 20 parcelas para funcionários recontratados pelas organizações sociais (OSs) e 12 parcelas para os que não foram reabsorvidos, com redução da multa rescisória de 40% para 20%. A proposta, no entanto, foi rejeitada por entidades sindicais em reuniões realizadas no MPT.


Gestão em xeque

Em agosto, a Fundahc transferiu oficialmente a gestão das maternidades municipais de Goiânia para organizações sociais, após meses de desgaste com o Paço Municipal. Apesar da mudança administrativa, a disputa sobre as dívidas permanece como ponto central do impasse entre a fundação, prestadores de serviços e a Prefeitura.

Para especialistas, o caso evidencia um problema recorrente na saúde pública brasileira: a dependência de contratos terceirizados sem garantia de fluxo regular de pagamentos, situação que expõe trabalhadores e pacientes a riscos diante de crises financeiras entre gestores e entes públicos.

Tags: #Fundahc #SaúdePública #Justiça #Goiânia #GestãoHospitalar

Marcus

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