Betoneira era usada para fabricar remédios falsos para emagrecer, aponta Polícia Civil
Operação “Panaceia” desmonta esquema interestadual de falsificação e comércio ilegal de medicamentos; substâncias controladas eram vendidas como naturais
A Polícia Civil de Goiás revelou nesta quinta-feira (4) detalhes de uma operação que desarticulou um esquema de produção e venda de medicamentos falsificados para emagrecimento em Goiás, Minas Gerais e Rondônia. Entre os achados, chamou a atenção o uso de uma betoneira, tradicionalmente empregada na construção civil, para a mistura das substâncias que compunham os remédios ilegais.
Intitulada “Panaceia”, a operação cumpriu 36 mandados de prisão temporária e 51 de busca e apreensão em cidades como Rio Verde, Goiânia, Paranaiguara, São Simão e Quirinópolis (GO), Uberlândia (MG) e Ji-Paraná (RO). A investigação identificou uma organização criminosa que atuava em todas as etapas da cadeia: fabricação, distribuição e comercialização.
Segundo a Polícia Civil, os medicamentos eram vendidos principalmente pela internet, apresentados como fitoterápicos naturais para emagrecimento. No entanto, laudos preliminares apontaram a presença de substâncias controladas, como inibidores de apetite, que exigem prescrição médica e podem causar efeitos adversos graves, sobretudo quando combinados com álcool ou outros medicamentos.
“Os produtos eram fabricados em condições totalmente inadequadas, com risco elevado de contaminação. Além disso, o grupo adicionava fármacos tarjados, fazendo com que consumidores acreditassem estar ingerindo compostos naturais, quando na verdade se expunham a substâncias perigosas”, afirmou uma auditora da Vigilância Sanitária que acompanha o caso.
As investigações também identificaram movimentações financeiras incompatíveis com a renda declarada dos suspeitos, uso de diversas contas bancárias para ocultação de valores e aquisição de bens de alto valor.
A Polícia Civil não divulgou os nomes dos investigados. As defesas não foram localizadas até o momento. A apuração segue sob responsabilidade do Grupo Especial de Repressão a Crimes Patrimoniais (Gepatri) de Rio Verde, com apoio da Vigilância Sanitária e de órgãos de outros estados.
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