Forças de Segurança capturam líder do “novo cangaço” após oito anos foragido
Preso em Araguaína (TO), Ruan Murilo Almeida Silva, o “Mu”, é apontado como articulador de assaltos violentos a bancos em vários estados e estava evadido do sistema prisional desde 2017.

Uma operação integrada entre as polícias militares de Goiás (PMGO) e Tocantins resultou na prisão de Ruan Murilo Almeida Silva, conhecido como “Mu”, considerado um dos principais articuladores da modalidade criminosa conhecida como “novo cangaço” — ataques a agências bancárias e centros comerciais com uso de armamento pesado, explosivos e violência extrema. A captura ocorreu nesta quarta-feira (27), em Araguaína (TO), após semanas de monitoramento e troca de informações entre setores de inteligência estaduais e a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco).
Silva possuía mandado de prisão definitivo e estava foragido do Complexo Prisional de Pedrinhas (MA) desde 2017. Sua ficha criminal inclui condenações por roubo (art. 157 do Código Penal) e associação criminosa (art. 288), além de forte suspeita de liderança em ataques que aterrorizaram comunidades no Maranhão e Pará ao longo da última década. Entre os crimes atribuídos a ele estão:
- Assalto ao Banco do Brasil de Uruçuí (MA), em 2007
- Assalto ao Banco do Brasil de Água Branca (MA), em 2009
- Assalto ao Bradesco de Formosa da Serra Negra (MA), em 2009
- Assalto ao Banco do Brasil e centro comercial de Baião (PA), em 2011
- Assalto ao Banco do Brasil de Buriticupu (MA), em 2011
As ações seguiam a lógica do “novo cangaço”: ataques coordenados em cidades de pequeno e médio porte, com o isolamento de áreas urbanas, uso de explosivos em cofres e caixas eletrônicos e confrontos com forças policiais locais.
Cooperação interestadual e impacto estratégico
A prisão de Silva é vista como um marco para o enfrentamento a grupos especializados em assaltos a instituições financeiras, responsáveis por parte significativa da violência armada no interior do país. Segundo fontes ligadas à investigação, a operação só foi possível devido à integração operacional entre Goiás e Tocantins, fortalecida pelo compartilhamento de dados de inteligência em tempo real.
Autoridades policiais destacam que a captura de foragidos desse porte enfraquece redes criminosas que, além de atacar bancos, frequentemente lavram dinheiro ilícito em outras atividades, como tráfico de armas e drogas.
Contexto do “novo cangaço”
O “novo cangaço” ganhou notoriedade a partir dos anos 2000, quando quadrilhas passaram a adotar táticas de guerra urbana em cidades de médio porte, sobretudo no Nordeste e no Centro-Oeste. A modalidade criminosa combina ataques coordenados, armamento de uso restrito, reféns humanos como barreira contra a polícia e fuga por rotas previamente planejadas.
Embora operações policiais de grande escala tenham desarticulado parte dessas quadrilhas nos últimos anos, especialistas apontam que a permanência de foragidos como Silva contribuía para a reorganização de células locais e para a manutenção de redes interestaduais.
Repercussão
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de Goiás afirmou que a prisão “demonstra a importância da integração entre estados para o enfraquecimento do crime organizado e reafirma o compromisso das forças policiais em proteger a população contra ações criminosas de alto impacto”.
O detido será transferido para unidade prisional de segurança máxima, onde deve cumprir o restante de sua pena.
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