Justiça garante atendimento domiciliar para jovem que sofreu grave reação alérgica após cheirar pimenta
Após quase dois anos de batalhas judiciais, família de Thaís Medeiros obtém decisão que assegura tratamento de home care por seis meses; acompanhamento médico foca no controle de complicações respiratórias.

A jovem Thaís Medeiros, de 27 anos, que sofreu uma grave reação alérgica após cheirar pimenta em 2022, finalmente terá acesso ao tratamento domiciliar (home care) custeado por decisão judicial. A determinação, expedida nesta quinta-feira (21), encerra uma longa espera da família, que lutava há quase dois anos para obter o serviço.
De acordo com o padrasto da jovem, Sérgio Alves Silva, o Ministério Público já autorizou a transferência dos valores para a empresa contratada, que deverá iniciar os atendimentos na próxima semana. Antes disso, a equipe técnica realizará uma visita à residência da paciente para definir as adaptações necessárias e estruturar o plano de cuidados.

“Foi uma luta muito difícil. Há quase dois anos buscávamos esse serviço e nunca conseguíamos. Agora é realidade, e isso representa um alívio enorme para todos nós”, afirmou Sérgio.
Atendimento com prazo definido
O home care foi autorizado inicialmente por seis meses, período ao fim do qual a família deverá solicitar nova liberação judicial para dar continuidade ao serviço. Segundo Sérgio, a decisão representa um avanço significativo na qualidade de vida da jovem, embora a burocracia ainda imponha incertezas para o futuro.
“Quando o prazo se aproximar do fim, teremos que recorrer novamente à Justiça para evitar a interrupção do tratamento. É um desafio constante, mas não podemos deixar de lutar”, acrescentou o padrasto.
Situação clínica
Thaís completará 28 anos no dia 7 de setembro e, segundo a família, vem apresentando certa estabilidade em seu quadro clínico. Há quase sete meses não necessita de internação hospitalar, o que é considerado um avanço diante de sua condição de saúde.
Recentemente, a jovem enfrentou um episódio de infecção pulmonar, tratado em casa pela equipe médica. O histórico de complicações respiratórias continua sendo o ponto de maior atenção.
“Graças a Deus ela está reagindo bem. O foco principal do cuidado é com os pulmões, onde já houve quadros de infecção. Infelizmente, em termos neurológicos, não tivemos avanços significativos até agora”, explicou Sérgio.
Um caso raro e emblemático
O episódio que desencadeou a condição de Thaís ganhou repercussão nacional em razão da gravidade e da raridade da reação alérgica. Desde então, a família trava uma batalha não apenas pela recuperação da jovem, mas também pelo acesso a direitos básicos de saúde, muitas vezes dependentes de decisões judiciais.
Com a decisão desta semana, Thaís e sua família conquistam uma etapa importante em uma jornada marcada por dificuldades, mas também pela resiliência e pela luta pelo cuidado digno.
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