5 de dezembro de 2025
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Infecção após manicure leva aposentada a perder parte do dedo em Goiânia

Marise Amorim, de 66 anos, passou por quatro cirurgias após contrair infecção grave no polegar durante procedimento estético. Caso acende alerta sobre riscos e cuidados com higiene em salões de beleza.
Polegar direito da idosa após as cirurgias (Arquivo pessoal / Bruna Teixeira)

Uma ida ao salão de beleza para preparar-se para um casamento transformou-se em um longo e doloroso processo cirúrgico para a aposentada Marise Teixeira de Araújo Amorim, de 66 anos. Moradora de Goiânia, ela perdeu parte do polegar direito após contrair uma infecção bacteriana severa ao fazer as unhas, segundo relato da família. O caso aconteceu em fevereiro deste ano, mas até hoje Marise segue em tratamento e se prepara para a quinta cirurgia.

Segundo a filha da vítima, Bruna Teixeira, a mãe não tinha o hábito de fazer as unhas com frequência. Na ocasião, as duas se preparavam para viajar a São Paulo para uma festa de casamento e marcaram atendimento em um salão de Goiânia — cujo nome não foi revelado. Durante o procedimento, a manicure, apesar de cuidadosa, teria causado um pequeno ferimento sob a unha ao lixar o polegar. “Ela só sentiu arder quando foram retirar o excesso de esmalte. Era algo aparentemente insignificante”, contou Bruna.

Infecção silenciosa e progressiva

Horas depois, a caminho do aeroporto, Marise começou a sentir incômodos no local. Já em São Paulo, no dia seguinte, a dor se intensificou, o dedo inchou rapidamente e a aposentada chegou a desmaiar de dor. Ela foi levada às pressas para um hospital, onde recebeu antibióticos e analgésicos. A resposta, no entanto, foi insuficiente. A infecção progrediu.

No retorno a Goiânia, dois dias depois, Marise foi direto a um pronto-socorro. O diagnóstico veio de um angiologista: infecção bacteriana grave, com risco iminente de necrose. A aposentada passou por cirurgia de urgência para drenagem da secreção, sendo internada em seguida para tratamento intravenoso com antibióticos.

Perda parcial e reconstrução

O caso passou a ser acompanhado pelo cirurgião de mão Dr. Frederico Faleiro, que confirmou o agravamento do quadro. “Ela teve necrose tecidual e perda da extremidade do polegar. Para preservar a função do dedo, realizamos um transplante autólogo, retirando pele do dedão do pé para reconstruir a área afetada”, explicou o médico.

Após o transplante, foi necessário um novo procedimento para correção estética do contorno. Marise já passou por quatro cirurgias e aguarda a quinta, enquanto realiza sessões de fisioterapia. Foram ao todo mais de 70 sessões até agora. Apesar do empenho, a mobilidade da mão direita segue comprometida.

“A pinça do polegar — essencial para segurar objetos — está prejudicada. Ela não consegue escrever com naturalidade nem realizar tarefas simples do dia a dia”, lamenta Bruna.

Alerta sobre cuidados em procedimentos estéticos

O caso não foi judicializado. A família reconheceu que se tratou de um incidente, ainda que doloroso. Segundo Bruna, a manicure foi atenciosa e cuidadosa, e a dona do salão chegou a se oferecer para ajudar com medicamentos, oferta que foi recusada. “Nosso objetivo é alertar outras pessoas. Se tivéssemos levado nosso próprio material, talvez isso tivesse sido evitado”, pontuou.

O Dr. Faleiro afirma que recebe casos similares, embora em menor gravidade, pelo menos duas vezes por mês. “Infecções decorrentes de manicure são mais comuns do que se imagina. Muitos são resolvidos com antibióticos, mas quando há porta de entrada para bactérias — como retirada agressiva de cutículas ou lixamento profundo — o risco aumenta”, explica.

Ele reforça a importância da esterilização dos materiais e orienta que clientes optem por levar seus próprios instrumentos ao salão. “Evitar métodos invasivos e garantir que o ambiente e os objetos estejam limpos são medidas que podem prevenir tragédias silenciosas como essa”, conclui.

Riscos reais, cuidados simples

Apesar de parecer inofensivo, o hábito de fazer as unhas pode esconder riscos sérios quando realizado sem os devidos cuidados com biossegurança. A história de Marise não é apenas um drama familiar — é um alerta sobre a responsabilidade compartilhada entre clientes, profissionais e estabelecimentos.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforça que estabelecimentos de beleza devem seguir normas rigorosas de desinfecção e esterilização de materiais, como autoclaves e produtos químicos específicos. A negligência em qualquer etapa pode levar a consequências graves — como demonstra o caso de Marise.

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Marcus

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