Incêndio destrói armazém de grãos em Mineiros (GO) e mobiliza operação de mais de oito horas
Chamas de grande intensidade atingiram estrutura de armazenamento de milho no Conjunto Nova República; Corpo de Bombeiros atuou com 11 militares e utilizou cerca de 25 mil litros de água. Não houve feridos.
Na manhã deste domingo (20), um incêndio de grandes proporções atingiu um armazém graneleiro no município de Mineiros, no sudoeste goiano, mobilizando uma das maiores operações recentes do Corpo de Bombeiros na região. A estrutura atingida, situada na Rua Tocantins, no Conjunto Nova República, armazenava toneladas de milho em uma instalação do tipo “colmeia”, cuja arquitetura favorece o acúmulo de calor e dificulta o combate ao fogo.
O chamado de emergência foi registrado às 6h36. Em menos de 15 minutos, quatro guarnições do 16º Batalhão do Corpo de Bombeiros já estavam a caminho. Onze militares atuaram diretamente na ocorrência, que demandou trabalho ininterrupto até as 15h. Ao chegarem, os bombeiros encontraram o incêndio em estágio avançado, com labaredas intensas e risco de colapso estrutural.
Segundo a corporação, o foco principal estava concentrado em uma das células de armazenagem, popularmente chamada de “colmeia”, onde o milho é mantido em grandes volumes por longos períodos. O tipo de material — grãos secos, altamente combustíveis — e o confinamento térmico criaram condições ideais para o alastramento acelerado das chamas.
Estratégia de contenção e remoção
A primeira medida adotada pelas equipes foi o bloqueio do fluxo de oxigênio no interior da estrutura, com o objetivo de reduzir a propagação das chamas. Em paralelo, iniciou-se a retirada dos grãos carbonizados e daqueles que ainda apresentavam risco de ignição. O processo, no entanto, exigiu cautela redobrada, dada a instabilidade interna e o calor intenso.
Para extinguir completamente o fogo, os militares precisaram lançar cerca de 25 mil litros de água, o equivalente à capacidade total de cinco caminhões-pipa. O controle da temperatura e o resfriamento da estrutura também foram fundamentais para evitar reignições e permitir o encerramento da operação com segurança.
Apesar da magnitude do incêndio, não houve vítimas. Os danos foram restritos ao armazém e ao estoque de milho comprometido. Ainda não é possível estimar o prejuízo financeiro, mas a empresa responsável deve apresentar laudo nos próximos dias.
Investigação das causas
A origem do incêndio ainda está sob apuração. Especialistas em perícia técnica devem avaliar, nos próximos dias, a possibilidade de combustão espontânea, falha elétrica ou negligência operacional — hipóteses comuns em ambientes de armazenagem agrícola de grande porte.
Segundo especialistas, a elevação excessiva da temperatura interna por longos períodos, combinada à umidade residual ou faíscas de equipamentos mecânicos, pode desencadear incêndios silenciosos e de difícil detecção inicial, como o que ocorreu em Mineiros.
“Ambientes como esse exigem monitoramento constante de temperatura e ventilação adequada. A presença de milho armazenado em grandes volumes, quando mal manejado, oferece risco real de combustão espontânea”, afirma o engenheiro agrônomo e consultor em segurança rural Rogério Almeida.
Resposta rápida e lições preventivas
A ação rápida do Corpo de Bombeiros evitou que o fogo se alastrasse para edificações vizinhas, incluindo outras unidades de armazenamento e áreas industriais próximas. A operação também evidenciou a importância de manter planos de contingência atualizados e sistemas de prevenção contra incêndios funcionais em unidades do agronegócio.
O caso acende um alerta para a necessidade de políticas mais rigorosas de fiscalização em centros de armazenagem rural e o investimento em equipamentos de monitoramento térmico e controle automatizado de ventilação.
A corporação informou que um relatório técnico detalhado será concluído nos próximos dias, com base em registros da operação, depoimentos e vistoria técnica do local.
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