8 de dezembro de 2025
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Execução à margem da cidade: mulher trans é assassinada a tiros próximo à UEG, em Anápolis

Samylla Alves Guimarães de Jesus, de 27 anos, foi encontrada morta em estrada rural na noite de sexta-feira. Polícia investiga possível relação entre o crime e denúncias públicas feitas por ela nas redes sociais contra clientes inadimplentes.
Samylla Alves Guimarães de Jesus foi encontrada morta com marcas de tiros, em Anápolis — Foto: Reprodução / Instagram Samylla Morais

O corpo de Samylla Alves Guimarães de Jesus, de 27 anos, foi encontrado com marcas de disparos de arma de fogo na noite da última sexta-feira (18), em uma estrada vicinal nas proximidades da Universidade Estadual de Goiás (UEG), em Anápolis, a cerca de 55 km da capital goiana. A vítima, uma mulher trans, era conhecida por atuar como profissional do sexo e por manter ativa presença em redes sociais, onde denunciava supostos clientes que não a pagavam pelos serviços prestados.

O crime, de acordo com os primeiros elementos levantados pela Polícia Civil de Goiás (PCGO), apresenta sinais claros de execução. O delegado Cleiton Lobo, titular do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) e responsável pelo caso, afirmou que as publicações feitas por Samylla nos dias anteriores ao assassinato estão sendo consideradas como uma das principais linhas investigativas.

“Ela vinha expondo nomes de pessoas que, segundo relatava, se recusaram a pagar pelos programas. Isso vinha acontecendo com frequência. Agora, vamos identificar quem eram essas pessoas, qual o nível de envolvimento com ela e se há motivação direta entre essas exposições públicas e a execução”, explicou o delegado.

A Polícia Técnico-Científica confirmou que a morte ocorreu por volta das 20h, e que a vítima apresentava múltiplas perfurações por arma de fogo. Não foram encontrados documentos no local. Testemunhas ouvidas pela Polícia Militar relataram ter escutado disparos e, logo em seguida, o som de um carro saindo em alta velocidade do trecho onde o corpo foi descoberto. A estrada é de difícil acesso, sem iluminação e frequentemente utilizada como rota de fuga ou local de desova por criminosos da região.

A perícia foi realizada ainda na noite de sexta-feira. O corpo de Samylla foi removido e encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Anápolis, onde passou por necropsia. A liberação do corpo foi autorizada no sábado (19). Familiares da vítima estão sendo localizados para prestarem depoimento.

Violência contra pessoas trans no centro do debate

O assassinato de Samylla Alves se soma a uma série de homicídios violentos contra pessoas trans no Brasil, país que lidera os índices globais de violência letal contra essa população. Embora ainda não haja confirmação sobre a motivação do crime, entidades de defesa dos direitos humanos acompanham o caso e cobram celeridade nas investigações.

“O histórico de exposição pública de clientes inadimplentes e o perfil da vítima nos obrigam a considerar não apenas a hipótese de retaliação, mas também o viés de transfobia estruturada que permeia esses casos”, afirmou em nota o coletivo TransVidas, de Anápolis.

O delegado Cleiton Lobo enfatizou que nenhuma hipótese está descartada e que a investigação será conduzida com o rigor necessário para a elucidação do homicídio.

Até o momento, nenhum suspeito foi preso, mas a Polícia Civil já trabalha com nomes de possíveis envolvidos, obtidos a partir das redes sociais da vítima e depoimentos de pessoas próximas.

Contexto de vulnerabilidade

A morte de Samylla lança luz sobre o contexto de extrema vulnerabilidade social e institucional a que estão submetidas muitas mulheres trans, especialmente aquelas que encontram na prostituição a única forma de subsistência, em meio à exclusão do mercado formal de trabalho, ao preconceito e à marginalização.

A reportagem continuará acompanhando o caso junto às autoridades policiais e aos coletivos de direitos humanos que se manifestaram publicamente em busca de justiça para Samylla Guimarães. Qualquer nova informação poderá ser adicionada conforme o avanço das investigações.

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Marcus

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