Obras emergenciais interditam ligação entre Marginal Botafogo e Avenida Contorno na Região da 44, em Goiânia
Rompimento de galeria de águas pluviais provoca erosão e obriga interdição de trecho estratégico no Setor Norte Ferroviário. Prefeitura prevê liberação total do trânsito até o fim desta quinta-feira.

A interdição de um dos principais eixos de circulação entre a Marginal Botafogo e a Avenida Contorno, na Região da 44, segue em vigor nesta quinta-feira (17), em razão de uma obra emergencial de recuperação da rede de drenagem pluvial no Setor Norte Ferroviário. A intervenção teve início na manhã de quarta-feira (16), após o rompimento de uma caixa de galeria de águas pluviais, que provocou erosão do solo sob a via.
O ponto interditado localiza-se na Rua 44, artéria que interliga uma das áreas comerciais mais movimentadas da capital. O trecho afetado é vital tanto para o fluxo de mercadorias quanto para o transporte coletivo, especialmente durante o horário comercial, devido à concentração de lojistas, centros de compras populares e hotéis no entorno.
A obra é coordenada pela Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), que informou que os danos foram identificados por técnicos durante inspeção de rotina, após relatos de afundamento do pavimento. A equipe de manutenção constatou que o colapso da estrutura subterrânea comprometeu a estabilidade da pista, exigindo uma intervenção imediata.
“Houve um rompimento na estrutura da galeria de águas pluviais, o que gerou uma erosão progressiva. A medida mais segura foi interditar totalmente o trecho, realizar o reparo da galeria e, em seguida, refazer o pavimento asfáltico”, explicou em nota o secretário de Infraestrutura Urbana, Denes Pereira.
Previsão de liberação e impactos no trânsito
Segundo a Seinfra, o serviço de recomposição da estrutura foi finalizado ainda na quarta-feira. Nesta quinta (17), as equipes atuam na aplicação de massa asfáltica, última etapa antes da liberação do tráfego. A previsão oficial é de que o trânsito seja restabelecido até o fim do dia, caso as condições climáticas permaneçam estáveis.
Enquanto isso, os motoristas que transitam pela região estão sendo orientados por agentes da Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM). O desvio de fluxo foi planejado para minimizar os impactos no trânsito, e toda a área está devidamente sinalizada, conforme determina o protocolo de segurança viária.
A Rua 44, onde ocorre a intervenção, é também conhecida por concentrar parte significativa do comércio atacadista de confecções da Região da 44 — polo que movimenta milhares de pessoas diariamente. A interdição afeta especialmente os acessos logísticos para entregas e o transporte de clientes em veículos de aplicativo e táxis.
Falta de manutenção preventiva é desafio recorrente
A situação revela mais do que um incidente isolado: expõe a fragilidade das redes subterrâneas de drenagem em Goiânia, muitas das quais operam com estruturas envelhecidas, projetadas em décadas passadas e sem manutenção adequada. A combinação de galerias subdimensionadas e a urbanização acelerada, sem planejamento proporcional da infraestrutura, tem gerado rompimentos recorrentes em diversos pontos da cidade.
Especialistas em engenharia urbana consultados pela reportagem apontam que, embora a resposta emergencial tenha sido rápida, o problema é estrutural e requer planejamento preventivo de longo prazo.
“Rompimentos em galerias como este não ocorrem subitamente. Eles geralmente são fruto de desgaste progressivo, obstruções ou recalques não detectados a tempo. Investir em inspeções com georadar e mapeamento digital das redes pode evitar episódios assim”, afirma o engenheiro civil e professor da UFG, Pedro Rabelo.
Risco de recorrência e necessidade de modernização
Nos últimos cinco anos, Goiânia registrou ao menos 18 incidentes similares de erosão ou desabamento viário relacionados ao comprometimento da rede de drenagem, segundo levantamento do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-GO). O dado aponta a urgência em reavaliar a infraestrutura oculta da cidade, especialmente em áreas com alta circulação e histórico de sobrecarga hídrica.
Enquanto a liberação da via é aguardada ainda para esta quinta-feira, a população e comerciantes da região esperam que a resposta rápida não se limite ao conserto pontual, mas seja acompanhada de políticas estruturantes que garantam segurança urbana e fluidez viária duradoura.
Fontes consultadas:
- Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra)
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