12 de dezembro de 2024
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Grupo é preso por venda de anestésico veterinário usado como droga em festas no DF e Goiás

Polícia identifica esquema envolvendo clínicas veterinárias e lavagem de dinheiro; sete suspeitos foram detidos em flagrante.
Balanças de precisão e embalagens plásticas eram usadas para preparo e distribuição de drogas. (Divulgação / Polícia Civil do Distrito Federal)

Uma operação coordenada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desmantelou um esquema de tráfico de drogas que utilizava cetamina, um anestésico de uso veterinário e médico, como substância recreativa em festas na região do Distrito Federal e entorno. A Operação Hermano, deflagrada na última quinta-feira (5), resultou na prisão de sete pessoas em flagrante, incluindo dois irmãos apontados como líderes do esquema.

Além das prisões, a ação ocorreu simultaneamente em locais do DF e em Valparaíso de Goiás, onde foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão. Entre os materiais confiscados, destacam-se maconha, cocaína, cetamina, uma arma de fogo, celulares, dinheiro em espécie e equipamentos utilizados para o preparo e distribuição das drogas, como balanças de precisão e embalagens plásticas.


Clínicas veterinárias no centro das investigações

Segundo as autoridades, a investigação, que começou em junho de 2024, apontou que o grupo obtinha cetamina por meio de duas clínicas veterinárias, cujos nomes e endereços permanecem sob sigilo. O anestésico, que possui uso controlado na medicina veterinária e humana, vinha sendo adquirido ilegalmente e repassado para festas, onde era utilizado como droga recreativa devido aos seus efeitos alucinógenos.

O Programa VigiFronteiras, do Ministério da Agricultura e Pecuária, colaborou tecnicamente com a operação, reforçando o controle sobre a comercialização de medicamentos veterinários.


Lavagem de dinheiro e organização criminosa

Entre os presos, dois irmãos operavam um comércio na região do Guará (DF), apontado como ponto de lavagem de dinheiro gerado pelo tráfico. Segundo a PCDF, o esquema envolvia a manipulação de receitas financeiras para ocultar a origem ilícita dos lucros.

Os investigados responderão pelos crimes de tráfico de drogas (art. 33 da Lei nº 11.343/2006) e associação criminosa (art. 35 da mesma lei), cujas penas podem chegar a 15 anos de reclusão para o tráfico e 10 anos pela associação.


Impacto e novas estratégias de combate

O uso recreativo da cetamina tem se tornado uma preocupação crescente das autoridades devido ao seu fácil acesso em clínicas veterinárias e ao alto risco de dependência e danos à saúde. A operação representa um marco no combate ao tráfico de drogas sintéticas e controladas, ampliando o foco para o envolvimento de setores regulamentados, como o veterinário.

A PCDF reforçou a importância de um sistema de monitoramento mais eficaz para a distribuição de medicamentos controlados, além de maior conscientização entre profissionais da área.


Desdobramentos e novas frentes de investigação

As investigações continuam para identificar outros envolvidos no esquema e verificar possíveis falhas no controle da comercialização de medicamentos nas clínicas veterinárias. As prisões e apreensões realizadas representam um avanço significativo, mas as autoridades enfatizam que o combate ao tráfico de drogas depende da colaboração entre diferentes setores da sociedade, incluindo o governo, profissionais regulamentados e a população em geral.

A Operação Hermano destaca a necessidade de uma resposta rápida e eficaz diante do crescimento do uso de substâncias químicas como drogas recreativas, especialmente em ambientes de festa.

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