Falta de combustível em Goiânia: Dataplex e Prefeitura trocam acusações sobre crise que afeta serviços essenciais
Problema expõe impasse financeiro entre empresa contratada e Paço Municipal, comprometendo ambulâncias do Samu e veículos de outras secretarias.
A cidade de Goiânia enfrenta uma crise de abastecimento de combustíveis que afeta diretamente serviços essenciais, como o funcionamento de ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e veículos de outras secretarias municipais. A empresa Dataplex Tecnologia e Gestão, responsável pelo gerenciamento do abastecimento da frota municipal desde julho, afirma que o problema decorre da falta de pagamento por parte da Prefeitura de Goiânia. O Paço Municipal, no entanto, nega a acusação e aponta falhas contratuais da empresa.
Dataplex acusa atraso de pagamentos
A Dataplex afirma que a Prefeitura deve R$ 3,2 milhões referentes a notas emitidas desde setembro, apenas dois meses após o início do contrato firmado em julho de 2023. Segundo a empresa, os postos de combustíveis que atendem os veículos do município pararam de fornecer o serviço em novembro, após sucessivos atrasos nos repasses financeiros.
De acordo com a empresa, o abastecimento foi mantido até o limite possível, com pagamentos próprios aos postos, mesmo sem receber da Prefeitura. No entanto, a falta de confiança dos postos na gestão municipal levou à interrupção do fornecimento. A Dataplex afirma que os motoristas relataram a recusa dos postos em atender por temerem inadimplência.
Posição da Prefeitura e investigação em curso
A Secretaria Municipal de Administração (Semad), por outro lado, sustenta que está em dia com suas obrigações e que o pagamento do mês já foi efetuado, inclusive de forma antecipada. A pasta acusa a Dataplex de não repassar os valores recebidos aos postos de combustíveis, configurando descumprimento contratual.
Para apurar a situação, a Prefeitura abriu um Processo de Apuração de Responsabilidade de Fornecedor (PARF), que pode resultar em penalidades contra a empresa, conforme previsto no edital do pregão eletrônico que originou o contrato.
Serviços públicos comprometidos
A crise já impacta diretamente serviços essenciais. Ambulâncias do Samu estão operando com combustível suficiente apenas até sexta-feira (6/12), enquanto veículos da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) devem parar até o final desta semana. A paralisação iminente pode gerar caos nos atendimentos de saúde e na manutenção urbana da cidade.
A reportagem do jornal O Popular destacou que a falta de combustível atinge também outros setores da administração, colocando em risco atividades básicas e expondo a fragilidade na gestão da frota municipal.
O que está em jogo
A situação levanta questionamentos sobre a eficiência da contratação e a transparência na gestão pública de Goiânia. Especialistas alertam que a crise reflete problemas estruturais:
- Falta de planejamento financeiro: Atrasos e promessas de pagamento não cumpridas indicam dificuldades na administração de recursos.
- Gestão de contratos: Acusações mútuas entre a Prefeitura e a Dataplex sugerem lacunas na fiscalização e no cumprimento de cláusulas contratuais.
- Impacto social: A interrupção de serviços como o Samu afeta diretamente a população, agravando a percepção de desgoverno.
Perspectivas e ações necessárias
Enquanto o impasse não é resolvido, a população goianiense é a principal prejudicada. É imprescindível que a Prefeitura e a Dataplex cheguem a um acordo imediato para evitar a paralisação completa dos serviços. Paralelamente, o Ministério Público e órgãos de controle podem ser acionados para investigar possíveis irregularidades no contrato e na execução do serviço.
A continuidade do serviço público depende de soluções rápidas e eficazes. O episódio serve como alerta para a necessidade de maior transparência e fiscalização na administração pública, especialmente em áreas que afetam diretamente a vida dos cidadãos.
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