Ex-funcionário da Equatorial Preso por Cobrar para Fazer “Gatos” de Energia em Aparecida de Goiânia
Investigação revela esquema de adulteração de energia; ex-colaborador de distribuidora fazia ligações clandestinas mediante pagamento.
A criatividade na economia doméstica em Aparecida de Goiânia ganhou um novo capítulo nesta segunda-feira (7), mas, desta vez, com final trágico para o ex-funcionário da Equatorial Energia, preso em flagrante. O suspeito foi pego em um esquema nada luminoso: realizar ligações clandestinas de energia, popularmente conhecidas como “gatos”, cobrando pelo serviço irregular.
Operação “Energia Fácil”
A Polícia Civil (PC), que batizou a ação de Operação Energia Fácil, agiu após diversas denúncias anônimas sobre o esquema de adulteração de energia. O ex-funcionário, cuja identidade não foi divulgada por razões investigativas, foi preso em flagrante enquanto instalava uma dessas ligações ilegais em uma residência no Setor Papillon Park, em Aparecida de Goiânia.
De acordo com os policiais, o suspeito utilizava seu conhecimento técnico adquirido na distribuidora de energia para realizar os “gatos” e lucrar com os moradores que buscavam reduzir as contas de luz. “Ele usava da experiência no setor para agir com precisão. Sabia exatamente como burlar o sistema sem deixar rastros, até que uma sequência de denúncias nos levou até ele”, relatou o delegado responsável pelo caso, Paulo Magalhães.
O Esquema e os Preços do “Serviço”
Segundo as investigações, o esquema funcionava como um mercado paralelo de energia elétrica, onde os clientes podiam pagar entre R$ 300 e R$ 1.000, dependendo do tamanho da instalação e do consumo de energia da residência ou comércio. Os “gatos” eram feitos principalmente em regiões periféricas da cidade, onde o controle do consumo de energia é menos rigoroso.
Consequências e Alerta da Distribuidora
A Equatorial Energia emitiu uma nota pública repudiando qualquer prática de adulteração de energia, especialmente por parte de ex-colaboradores. A empresa também destacou que furtos de energia não apenas impactam financeiramente a companhia, mas colocam em risco a vida de moradores e trabalhadores da rede elétrica. “Gatos de energia são uma violação grave e um risco para toda a comunidade, uma vez que podem causar incêndios, curtos-circuitos e, em alguns casos, até mortes por choque elétrico”, explicou a companhia.
Além disso, a prática de adulteração de energia também é crime, previsto no Código Penal Brasileiro como furto qualificado, e pode levar a penas que variam de 2 a 8 anos de prisão, além de multa. “Quem solicita esse tipo de serviço também está cometendo crime e pode responder por isso”, alerta o delegado.
O Flagrante e os Próximos Passos
No momento da prisão, o ex-funcionário tentava completar a ligação clandestina em uma residência. Ele foi levado à Delegacia de Repressão a Crimes Patrimoniais (DERPAT), onde foi autuado por furto qualificado. A polícia continua investigando se há outros envolvidos no esquema e quais os danos causados pela fraude.
O caso serve de alerta para a população sobre os riscos e as consequências legais de realizar ou contratar serviços clandestinos de energia elétrica. A Equatorial reforça a importância de denúncias para combater práticas ilegais, que afetam não só a empresa, mas também o desenvolvimento sustentável da cidade.