22 de novembro de 2024
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Relatório Revela Casos de Assédio Moral, Sexual e Discriminação na Justiça Federal de Goiás

Estudo aponta que 43 vítimas relatam crimes cometidos por juízes federais.
Seção de Goiás da Justiça Federal (Foto: Divulgação)

A Justiça Federal divulgou recentemente um relatório alarmante sobre casos de assédio moral, sexual e discriminação na seção judiciária de Goiás. O estudo, baseado em questionários preenchidos por servidores, funcionários terceirizados, juízes e estagiários, revelou que 43 pessoas afirmaram ser vítimas de crimes dessa natureza cometidos especificamente por juízes federais.

Detalhes do Relatório

O levantamento foi realizado entre 5 de abril e 8 de maio de 2024 e incluiu um total de 101 respostas de pessoas que relataram ter sofrido algum tipo de assédio, constrangimento ou discriminação no ambiente de trabalho. Entre essas, 55 pessoas relataram assédio moral, 31 constrangimento, 8 assédio sexual e 7 discriminação.

Locais e Agentes das Abordagens

Cerca de 30% dos respondentes indicaram que as abordagens ocorreram no ambiente presencial, 5% mencionaram tanto o presencial quanto o virtual e 1% relataram incidentes exclusivamente no ambiente virtual. Quando questionados sobre os perpetradores, 73 participantes afirmaram que os atos foram cometidos por ocupantes de cargo ou função de chefia, 56 por servidores e 43 por juízes.

Presença de Assédio e Constrangimento

Apesar dos números alarmantes, a maioria das pessoas que responderam o questionário afirmaram nunca terem presenciado atos de assédio, constrangimento ou discriminação. No entanto, 73 relataram ter testemunhado situações de assédio moral e 71 presenciaram constrangimento.

Disposição para Denunciar

Sobre a disposição para denunciar, 67% dos respondentes afirmaram que denunciariam caso fossem vítimas de assédio, constrangimento ou discriminação. Além disso, 59% disseram que denunciariam se testemunhassem alguém sendo vítima dessas práticas.

Obstáculos para Denúncia

O medo de sofrer represálias foi citado como o principal motivo para não denunciar, mencionado por 106 pessoas. Outras razões incluíram a descrença de que a denúncia resultaria em alguma ação (96 pessoas) e o medo de não conseguir provar as acusações (80 pessoas).

O relatório da Justiça Federal de Goiás expõe uma preocupante realidade de assédio e discriminação dentro de seu ambiente de trabalho, ressaltando a necessidade urgente de medidas eficazes para proteger os trabalhadores e garantir um ambiente seguro e respeitoso. A disposição de muitos em denunciar tais atos é um sinal positivo, mas os obstáculos significativos para a denúncia indicam que ainda há muito a ser feito para construir uma cultura de transparência e justiça.

Fonte: Justiça Federal de Goiás